Jovens santarenas criam camisetas inspiradas na cultura regional

março 08, 2014

Se para muitas pessoas a moda é usar roupas com marcas nacionais e internacionais, duas amigas descobriram que a cultura local também pode ser tão estilosa quanto. Inspiradas nas peculiaridades da Amazônia, especificamente de Santarém, oeste do Pará, a designer de moda Christiana Valente e a empresária Aline Coelho, mostraram que tem potencial e muita criatividade para ganhar espaço no mercado da moda.

A ideia surgiu com poucas pretensões. Em 2012, as sócias se juntaram e confeccionaram vinte blusas, a primeira a ser produzida possuía um desenho de cocar de índio, colocaram em exposição em uma rede social na internet e, em menos de 24 horas, todos os modelos foram vendidos. O interesse das pessoas empolgou as meninas que, em outubro de 2013, resolveram investir. Foi então que criaram a marca Tupiniquim Girl.



 Segundo a sócia Aline Coelho, o nome da marca identifica exatamente o que elas têm como foco, que é disseminar a cultura da região pelo país. “É um nome chave e sintetiza muito a essência do que a gente quer passar nas nossas roupas. Apesar da gente usar o Girl em inglês, queremos justamente atrelar a globalização da moda, mas mostrar que podemos ser fashion e descolados com características próprias. E, recentemente, eu estava em Manaus e encontrei uma garota com a nossa camisa, e o mais incrível é que é um produto genuinamente santareno, pensado por santarenas, feito por santarenas”, diz, contente pelos resultados.

Em média, são confeccionadas 100 camisetas a cada 15 dias. Aline explica que elas partem do pressuposto que moda é criação, por isso, todos os modelos são diferentes, possuindo apenas cinco réplicas de cada estampa.

Os desenhos são feitos por Christiana Valente, que é santarena, mas mora em Blumenau, Santa Catarina, e faz especialização em modelagem na cidade de Pomerode (SC). Ela ressalta que os modelos são uma forma de levar a cultura paraense de uma forma divertida. “Quando a  gente sai de Santarém a gente sempre ouve: ‘Ah, meu Deus você veio de tão longe’, e fazem aquelas  brincadeirinhas com o Norte, então nas estampas eu tento mostrar que  a gente valoriza a nossa origem, e que a origem indígena não é motivo de vergonha, que podemos levar com humor e que temos orgulho”, enfatiza.


Os modelos possuem citações de letras de carimbó, desenhos de índios, pinturas que lembram as feitas pelos povos indígenas, como a ‘Ready for War’, que significa: ‘Preparado para guerra’, uma associação dos traços indígenas com a maquiagem feminina. “O bacana do inglês é porque se torna uma coisa mais global. Pessoas que viajam e podem usar em todo o mundo”, defende Christiana.
Atualmente, as vendas são realizadas somente online e as roupas são confeccionadas em Santa Catarina. Os preços variam de R$ 39 a R$ 49.  Elas se impressionam a cada dia com a conquista de novos clientes. Pessoas de vários locais do país veem os produtos nas páginas das redes sociais e entram em contato de outros estados. A marca não venceu, mas já foi classificada em um concurso com características brasileiras. O próximo passo é instalar o estabelecimento em Santarém, ampliar a confecção com infantil e masculina e, depois, ganhar o mundo.

Karla Lima do G1/Santarém

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